7º Parte - Nosso estúdio para ensaio. Mãos à obra!

Nossos ensaios começaram na casa do Bruno, em um quarto super
pequeno, todo forrado com caixas de ovo, que ainda dividíamos com tábuas de passar roupas, máquina de costura e outras coisas da mãe dele. De lá os ensaios foram para a casa do Igor, na garagem, e depois para a casa do Henrique, onde ficamos um longo tempo.

Na casa do Henrique era muito fera ensaiar, como já falei em outros posts, mas era foda porque se chovia, já não rolava ensaio...sem falar que incomodava os pais dele.

Só faltava a minha casa para ensaiarmos, e foi isso que fizemos. Pegamos tudo lá na casa do Henrique e fomos para a minha casa, em um quartinho que era usado para guardar restos de
materiais para construção e coisas velhas.

Apesar de toda aquela bagunça, mandamos bala.

Ensaiamos durante muito tempo no quartinho do jeito que ele estava mesmo.

Depois de alguns meses que o André já estava na banda, resolvemos parar por um tempo com os ensaios e dar uma arrumada no quartinho para deixá-lo com cara de estúdio para ensaio mesmo!

O André trouxe do trampo dele todos os materiais que utilizamos, como carpete, madeira, espuma, lã de vidro...e isso adiantou demais o nosso lado!




O legal foi quando começamos a colar o carpete nas paredes, pois tínhamos que usar “cola de sapateiro”, daí todo mundo ficava louco. Era engraçado.



Foram mais ou menos uns 2 meses de serviço, e o resultado foi muito bom.
Carpete nas paredes e no chão, pontos de energia, porta com espumas para não passar som, teto de madeira com feltro e lã de vidro, quadros nas paredes, cartazes e até ar condicionado!!! Ééé...ficou fera!!!

Valeu a pena todo trabalho.






Um abraço!
Flávio

Fotos:

1 a 6 - Dias de trampo no quartinho. A parede pixada, nós cobrimos com carpete depois.

7 a 9 - Ensaio, depois de tudo pronto.

6º parte - O segundo show com a nova formação

Pronto! O André estava "estreiado", e era oficialmente o guitarrista da banda! Éramos sem dúvida nenhuma, uma outra banda. Nós ensaiávamos quase todos os finais de semana, e todos os ensaios eram muito bons. A gente bebia demais, era uma bagunça!

O segundo show com o André foi a Taísa, namorada do Renan que arranjou para nós. Essa festa seria numa chácara aqui perto de Sorocaba.

Era uma festa do pessoal da faculdade dela. Imaginamos que talvez não fosse uma boa idéia, pois o pessoal com certeza iria querer ouvir axé, samba, pop...sei lá, menos rock n roll.

Mesmo assim aceitamos, pois os shows estavam meio fracos, e nós precisávamos divulgar o nome da banda, afinal estávamos gravando um disco que logo estaria pronto.

Fizemos um repertório com algumas pop no meio para tentar agradar a galera e fomos!

Chegando lá, tinha um DJ...só rolando música eletrônica, axé...essas coisas. Quando o DJ parou o som e falou que a banda ia começar tocar, percebi que a galera não curtiu muito.

Mesmo com o repertório com umas músicas mais pop, a galera não tava curtindo tanto, e para piorar, o som tava horrível!!! Não dava para ouvir nada. Sorte nossa, que o Ricardo estava com a gente, e ele deu uma regulada no som. Ficou bem melhor.

Mais uma vez, a Helter Skelter (eu, Ricardo, André e Renan) tocou no intervalo do Oscaravéio.

A galera que no começo estava desanimada, acabou se soltando depois de um tempo. Combinação de cerveja e rock n roll dá nisso...bagunça!!!

Dae os caras cantavam junto no microfone, dançavam....do jeito que um show de rock tem que ser!

É isso aí! Vou terminar este post por aqui...meio curto, mas é só para tirar o pó!

Abraço!!!

Flávio

Fotos:

1 - Oscaravéio, depois de ensaiar.

2 - André, com a guitarra presa por uma faixa de judô.

3 - Oscaravéio, no show da chácara. Ricardo no fundo,dando uma regulada no som para nós.

4 - Renan, no show da chácara.

5º Parte - Um novo integrante

Março de 2005. As gravações estavam paradas, os ensaios meio devagar, e o clima geral da banda era um pouco desanimador. Ainda estávamos apenas com o Renan na guitarra. Por coincidência, minha prima que estava morando em Sorocaba há pouco tempo, era casada com um cara que tocava guitarra. Até então ninguém conhecia ele. Esse cara era o André.

Ele morava em São Paulo, e vinha todos os finais de semana para vistá-la. Ele já conhecia a nossa banda e até tinha visto a gente tocar em um bar aqui em Sorocaba (ainda com o Igor na guitarra).Aos poucos fizemos amizade com ele, e percebemos que ele curtia várias bandas que nós também gostávamos.Resolvemos convidá-lo para tocar no Oscaravéio. O Bruno e o Henrique que fizeram o convite. No início eu não achei boa a idéia de chamá-lo, pois eu sabia que o André tinha outra banda em São Paulo. Imaginei que ele não iria se dedicar ao Oscaravéio da maneira que esperávamos.

Convidamos ele para fazer um ensaio e sacamos rápido que ele era um músico muito talentoso. Ele tinha uma expereriência muito grande com bandas, já tinha tocado em várias outras bandas muito boas. Nós estávamos em uma fase meio para baixo, desanimados, mas com a vinda do André, os ânimos se renovaram. Não tem como negar, o André trouxe gás novo para a banda, trouxe idéias, dicas de como tocar, e além de tudo tornou-se um grande amigo de todos.

Iniciávamos alí, uma nova fase do Oscaravéio. Todos nós crescemos muito musicalmente nesse época, pois o André sabia tocar todos os instrumentos e sempre dava boa dicas. Ele me ensinou muitas coisas na bateria.

Estávamos todos empolgados com o André e decidimos retomar as gravações do disco. Ao entrar em contato com o estúdio, ficamos sabendo que as músicas que as músicas que havíamos gravado (umas 4 ou 5 ainda imcompletas) haviam sidos perdidas. Ocorreu um problema no computador, e todos os arquivos foram perdidos. Foi desanimador.

Mas por um lado foi bom, pois decidimos começar as gravações do zero, afinal o André tinha um outro estilo de tocar, e não ficaria legal se o disco tivesse músicas gravadas pelo André e outras pelo Igor.

Em paralelo com as gravações, começamos a fazer alguns shows para divulgar a nova formação.


O primeiro show com o André foi no aniversário de um amigo nosso, o Alexandro (popular Itu). A festa foi em uma chácara.

Tinha bastante gente, e muita bebida também. Foi a melhor maneira de "estreiar" o André. Fizemos um repertório com algumas músicas nossas, e um monte de cover para animar a galera.

Nessa festa estavam muitos amigos nossos, como o próprio aniversariante Alexandro, Zuca, Negão, Gnomo, Stanley, Marquinho da Muleta, Sig, e o Abelhinha (Marcos).

Os caras eram zuera demais. E com a banda tocando dae que a festa pegou fogo. Todo mundo cantava, dançava, jogava cerveja pra cima!

Depois do Oscaravéio, rolou uma outra banda, a Helter Skelter, que era formada pelo André no baixo, Renan na guitarra, Ricardo na guitarra, Fábio (meu irmão) no vocal e eu na bateria.

Nós tocávamos só cover de bandas anos 60 e 70.

Todo mundo bebeu demais, mas umas das figuras que marcou foi o Marqinho da Muleta, que de tão chapado, nem foi dormir em uma cama ou sofá, e dormiu sentado em uma cadeira lá na área mesmo.


No outro dia cedo a esposa do Alexandro foi lá acordá-lo e levou ele para dentro.

Foi um final de semana de muita diversão, bebidas e rock n roll. Tenho certeza que ninguém esqueçerá desse final de senama.

Gostaria de terminar este post, falando de uma pessoa que mencionei um pouco acima, o Abelhinha. Infelizmente ele faleceu neste ano de 2007, ainda muito jovem, aos 27 anos. Quem conheçeu o Abelhinha, sabe o quanto ele era um cara adorável, amigo, e sempre alegre.Tivemos o previlégio de iniciar a nossa nova formação com a presença do Abelhinha. Valeu pela amizade e pelas boas risadas que demos juntos.

Um grande abraço à todos e até o próximo post!

Flávio


Fotos:

1 - André

2 - André e Bruno, em um dos primeiros ensaios com a nova formação

3 - André

4 e 5 - André nas gravações do disco

7 - Em pé da esquerda para direita: Flávio, Bruno, Henrique e André. Agachados: Zuca e Abelhinha.

8 e 9 - Oscaravéio tocando

10 e 11 - Marquinho da Muleta

4º parte - A saída do Igor

Nós não tínhamos a grana para pagar a gravação. Precisávamos dar uma boa parte do dinheiro logo no início da gravação, e o restante seria parcelado. Como nós achávamos que o disco deveria ser gravado de qualquer maneira, fizemos um empréstimo, ou melhor, o Igor fez um empréstimo. Ele emprestou o dinheiro no serviço dele, e aos poucos nós fomos pagando.Com a grana na mão, demos início às gravações do disco!

Já havíamos gravado o cd coletânea Armazém de Bandas, mas ainda eramos inexperiêntes com gravações em estúdio. Eu principalmente tive muita dificuldade. Foi muito difícil tocar com metrônomo. Perdemos muito tempo com as gravações da bateria, o que significava prejuizo para nós.O estúdio que estávamos gravando apresentava problemas com a disponibilidade de horários livres. Talvéz por excesso de trabalho, mas nós sempre ficávamos várias semanas sem gravar, equando conseguíamos horário, o nosso rendimento não era tão bom.
A nossa falta de experiência, com a quase frequente indisponibilidade do estúdio, resultou em aproximadamente 6 meses de trabalho e nenhuma música pronta.

Nessa época o clima na banda não era dos melhores.A demora para sair o disco, e mais alguns problemas internos na banda, resultou com a saida do Igor, o nosso guitarrista base, e um dos fundadores do Oscaravéio.A saida do Igor foi inevitável. Há algum tempo ele estava "distante " da banda, e a impressão que tínhamos é que ele queria sair da banda e não falava nada.Como não podíamos ficar naquela situação, resolvemos chamá-lo e pedir para que ele saisse da banda.Para nós, ele já tinha saido da banda fazia tempo, apenas não havia oficializado isso para nós.E alí terminava a jornada do Igor.

Ficava para nós a lembrança de um integrante que sempre fez de tudo pela banda, que ajudou a formar e a levar o Oscaravéio no ponto onde estava.A fase que ele nos "abandonou", não manchou nem um pouco tudo o que ele fez de bom para a banda, mas a decisão já tinha sido tomada por nós 4, e não voltamos atrás.

Infelizmente não temos fotos desta época, apenas as histórias mesmo.

Resolvemos dar um tempo nas gravações. Os ensaios continuram porém só com o Renan. O nosso som perdeu um pouco de peso sem a guitarra do Igor, mas estava indo bem só com o Renan na guitarra.Começamos a pensar em um outro guitarrista para integrar a banda.Estava difícil de achar alguém, mas eis que surge do nada, uma pessoa que iria mudar completamente a banda.

No próximo post falarei sobre esta figura que surgiu no nosso caminho!

Um grande abraço!
Flávio

3º Parte - Cds demo, shows e cd profissional

Estávamos no ano de 2004.
Nessa época já tínhamos várias músicas próprias como a Ordem e Progresso, Viciado em TV, Insana, Ingrata, Amizade, Festa do Alambique, Tudo de Bom, Te fazer Sorrir, Onde ela está e Não Vou Mais Chorar.
Estávamos muito afim de gravar um cd demo. Decidimos gravar no estúdio "Star". Como a grana estava meio curta, optamos por uma gravação simples. A gravação foi sem separação de canais, sem mixagem...nada. Erámos nós tocando, uns microfones pela sala, e gravando!
Nesse estúdio gravamos dois cds demo.
Eu e o Igor que fomos buscar os cds, e me lembro da alegria que ficamos quando ouvimos os cds!

Mais ou menos nessa época, nós gravamos outro cd demo, no estúdio Bugre Records. Esse era um pouco melhor. Gravamos este cd porque o Tihuana iria tocar em Sorocaba, e estavam selecionando bandas para abrir o show deles. Nós mandamos nosso cd, na esperança de nos chamarem...mas não fomos chamados.
Não fizemos nenhum tipo de promoção com esses cds, apenas distribuimos entre os amigos. Neste ano surgiu a oportunidade de participarmos de um cd promovido pela rádio rock de Sorocaba, chamado Armazém de Bandas. Entramos com duas músicas; Tudo de bom e Não vou mais chorar.Aquele CD foi a maior furada! Demorou mais de 1 ano para entregarem os cds e não teve a famosa "festa de lançamento" como foi combinado.Tomamos na cabeça, mas valeu pela experiência de ter gravado em um estúdio profissional.

Algo legal que começamos a fazer, foi promover shows aqui em Sorocaba. Como não havia muitos bares para tocar, resolvemos nós mesmos começar a "produzir" shows. Sorocaba nunca foi a melhor cidade para bandas independentes tocarem. Não tinha bar que aceitasse bandas com repertório praticamente só de músicas próprias. Felizmente havia o Catraca Bar, que disponibilizava os domingos para fazer som lá. Nós tocamos 4 vezes no Catraca. Em duas delas chamamos o Zumbis do Espaço, e em outra o Tolerância Zero, que já eram bandas grandes.

O cachê dos caras era alto, mas como a bilheteria do bar era nossa, metemos a cara! Em um dos shows do Zumbis, a grana que arrecadamos foi a conta para pagar os caras!!! Mas para nós não tinha problema. Só por ter tocado com os caras já tava valendo!!! Na segunda vez que trouxemos o Zumbis do Espaço para Sorocaba, nós pedimos para eles virem mais cedo, para fazermos um churrasco na casa do Bruno. Foi muito legal poder tomar umas cervejas com os caras, trocar idéias sobre bandas e ouvir as histórias dos caras.

O engraçado foi que começamos a beber e todo mundo esqueçeu que iríamos tocar dalí umas 2 horas. Todo mundo ficou meio chapado!!! Mas o show foi muito bom.

Outro show muito legal que fizemos foi no Zug Bar.

Era um bar "detonado"...pequeno, tudo sujo, palco de madeira, janelas quebradas...uma zona, mas era muito bom tocar lá.

Todas as bandas queriam tocar no Zug.

Quando nós fomos tocar no Zug, havia umas meninas e uns caras que não gostavam da gente. Entravam no nosso site e deixavam recados nos chingando, metendo o pau. E eles falaram que iriam no nosso show no Zug só para nos vaiar. Acho que depois da terceira música, eu falei para o Henrique: "Manda aquela turma que tá entrando no site nos chingando tomarem no cu". Mas eu achava que ele não iria falar....rsss.O Henrique, já com umas na cabeça, pegou o microfone e falou: "Tem umas menimas e uns caras que estão nos chingando no nosso site e eles falaram que estariam aqui. Nós queremos dar um recado para eles...Vão tomar no cuuuuuu". Putz, virou a maior gritaria do público em apoio para nós. Todo mundo gritando "Vai tomar no cuuu".

Se as meninas e o caras estavam lá, devem ter ficado putos da cara.

Nessa época, decidimos parar de ensaiar na casa do Henrique e passamos a ensaiar na minha casa. Os pais do Henrique nunca reclamaram, mas nós sabíamos que aquele barulho todo incomodava eles.Como na minha casa havia um quarto vazio, começamos a ensaiar lá. Era melhor porque era fechado e podíamos deixar nossosequipamentos montados lá mesmo...Mas perdemos todas as coisas boas de ensaiar na casa do Henrique, como as visitas do
Queen, o bar da frente, o carrinho de cachorrão e a mulecada ficava andando de skate na rua e curtindo o som...

Alguns meses passaram. Decidimos que era hora de gravar um cd profissional.

E foi isso que fizemos. Iniciamos as gravações no estúdio Bugre Records, e alí começava uma fase importante e complicada para a banda. Mal sabíamos o quanto de dor de cabeça teríamos dalí pra frente com a gravação do disco!

Dores de cabeça, mudanças na banda e outras histórias, contarei na próxima postagem!

Abraço!!!

Flávio

Fotos:

1 - Oscaravéio - Gravação do cd demo

2 - Bruno, Flávio e Igor - Gravação de backing vocal para o cd demo.

3 - Zumbis do Espaço

4 - Thor, do Zumbis do Espaço fazendo uma participação especial conosco.

5 e 6 - Show no Catraca Bar com Zumbis.

7 - Oscaravéio - Show no Zug Bar (essa foi a vez do "vão tomar no cu")

As fotos abaixo são da época dos ensaios na casa do Henrique. Eu as consegui recentemente, por isso não as coloquei na primeira postagem.

Resolvi postar mesmo "fora da ordem cronológica" porque são fotos muito legais. Clique nas fotos para vê-las.

Foto 1 - Oscaravéio e Queen.

Foto 2 - Henrique e Bruno, cantando no videoke no bar em frente a casa do Henrique.

Foto 3 - Queen cantando. As vezes ele pegava o microfone e soltava a voz!!!

Foto 4 - Igor tocando guitarra e o Queen dançando! Figurassa!!!

Foto 5 - Igor, Bruno, Queen, Flávio e Henrique.

2º Parte - Os primeiros shows

A banda já tinha uma certa firmeza...as músicas saiam legais. Depois de tantos ensaios, surgiu o convite para o primeiro show! O nome do evento era "Rock in Chácara". Foi um show grande, com um público de aproximadamente 1000 pessoas.

Algo engraçado que aconteceu foi que a maioria das bandas, tocavam blues, rock clássico, essas coisas. Até um cover do Raul Seixas iria tocar. Então o público que estava lá, era mais tranquilo.

Mas nós não tocávamos esses sons, e nem sabíamos tocar. Fizemos um repertório cheio de Garotos Podres, Ramones, Rancid e umas nossas.

Fomos a primeira banda a tocar, e já entramos mandando um Ramones! A maioria das pessoas ficaram paradas olhando, sem entender. Ainda bem que alguns amigos nossos foram e deram uma agitada, e no final várias pessoas estavam curtindo o show.

Apesar da falta de experiência, o show foi muito tesão. Infelizmente não temos nenhum registro desse show, só lembranças mesmo.

Nos meses seguintes fizemos vários shows. Tocamos em casas de shows, chácaras, bares, festas de bairro e até em uma quermesse!!!

Ninguém lembra com certeza das datas de todos esses shows, e também não existe fotos de todos eles.

Os shows dessa época foram estes:

- Poeirão
- Lamão
- Quermesse
- Show Brasil
- Voyage Club
- Praia Peruíbe (Evento no Dia Mundial do Rock)
- Underground Rock Bar
- Pista de skate em Votorantim


Entre todos esses shows, dois deles eu nunca vou esquecer. O primeiro é o show que chamamos de "Poeirão". Já vocês vão entender o nome.

Foi em uma casa que nem sabíamos de quem era. Um amigo nosso, o Salvador, nos convidou e nós fomos. Montamos os equipamentos no quintal do fundo da casa. Tinha umas 30 pessoas...só maluco!
Quando começamos a tocar, os caras começaram a agitar e como o chão era de terra, levantou o maior "poeirão". Daí o motivo do nome.

Eu lembro que um cara pegou um balde daqueles de lavar roupa, e começou a jogar dentro tudo o que ele via pela frente de bebida alcólica (cerveja, vinho, pinga...) e eu lá, tocando e olhando. Daí o cara pegou uma latinha de massa de tomate (vazia), encheu com a "misturada" que estava no balde e veio para o meu lado. Como eu estava tocando, ele começou a jogar a bebida na minha boca. Caiu mais fora do que dentro...ah, e por incrível que pareça, a bebida estava muito boa.

O outro show que não vou me esqueçer foi o "Lamão".
Quem nos chamou para este show foi o Belezinha, um amigo nosso. Segundo ele, o show seria no bar da Dona Muié. Nem ele sabia o nome da dona do bar.
O bairro era bem barra pesada.

Quando nós chegamos em frente ao bar, já tinha umas 30 ou 40 pessoas...os caras já estavam tudo chapado. Quando eles viram que eramos nós, eles começaram a gritar "A banda chegou", "Rock n Roll"...

O bar era super pequeno, mal dava para montar equipamentos. Na parte onde nós estávamos, o chão era de cimento, mas onde os caras estavam, era de terra, mas como havia chovido, a terra virou um "lamão".

Quando começamos a tocar, os caras davam uns pisão no barro, e acabava voando em nós! Foi a maior zona.

Quase no final do show, jogaram barro em um cara que estava limpinho...o cara falou "Seu filho da puta, vou em casa buscar meu revolver e vou te matar". E o pior era que o cara era barra pesada mesmo.


Resultado: Tivemos que desmontar e guardar nossos equipamentos em menos de 5 minutos e sumir do bar!!!

Em nenhum desses shows a gente ganhava dinheiro. Ganhávamos umas cervejas as vezes. Mas o mais importante eram as amizades e a diversão, e claro, as lembranças que temos hoje em dia.

Depois de tantos shows, resolvemos gravar uma demo, para ouvir as nossas músicas. Já tínhamos várias músicas próprias, e queríamos ouví-las.

As histórias das primeiras gravações ficam para a próxima postagem!

Fotos:

1- Show Brasil, Votorantim
2- Dia Mundial do Rock, Peruíbe
3- Lamão, Votorantim
4- Bruno e Dooley e Belezinho ao fundo, Lamão
5- Lamão, Votorantim

Um grande abraço!!!
Flávio

1º Parte - O Começo...

Bem, não vai ser fácil escrever a história de uma banda com quase 8 anos. Mas tenho certeza que vai ser muito prazeroso lembrar de algumas histórias, shows, ensaios, e pessoas que fazem parte história desta banda chamada Oscaravéio.

Para ficar mais fácil, Vou escrever sempre em primeira pessoa.
Vamos lá...

Era quase final do ano de 2000. Eu, após alguns projetos, estava sem banda.
Fiquei sabendo através de um amigo, que havia uma banda que estava sem baterista. Peguei o telefone do Igor, e liguei. Ele me chamou para fazer um ensaio. O foda era o horário: Domingo de manhã!!! Os caras eram loucos. Fiquei puto, mas fui.

O ensaio foi massa, sacamos que tínhamos afinidade musical.

Fiquei sabendo depois, que a idéia da banda tinha surgido com o Henrique, Bruno e o Igor. Na bateria quem tocava era o Fernando, que saiu pouco tempo depois.Como o Bruno tinha um irmão (Renan) que tocava guitarra, também chamaram ele.

Ensaiamos na casa do Bruno por aproximadamente 6 meses. Depois fomos para a casa do Igor, depois para a casa do Henrique.

Na casa do Henrique era muito massa ensaiar, porque era um local praticamente aberto, e a cada ensaio tínhamos uma novidade.
Aparecia de tudo lá. Crianças, mulherada, polícia, vizinho reclamando, bêbados...Inclusive um dos bêbados tornou-se um amigão da banda.

Era o Queen! Ninguém lembra o nome verdadeiro dele, mas "batizamos" ele de Queen, porque em um ensaio nosso a noite, ele apareceu, se pendurou nas grades do portão e começou a gritar: "TOCA QUEEN!!!"


O Henrique foi lá, deu uns grito e ele parou. Mas ficamos com pena, daí ele entrou e ficou "curtindo o som". Daí pra frente ele aparecia em todos os ensaios. O Queen merece destaque nessa fase da nossa história, pois ele era um cara simples, de bom coração. Todos gostavam dele.

Outra coisa legal era que bem em frente a casa do Henrique, tinha um bar, e a dona gostava da gente. Então nos ensaios a gente bebia cerveja pra caralho.

A banda já tinha quase 1 ano quando fizemos nosso primeiro show.

Mas isso é história para a próxima postagem!

Foto 1 - Em pé, da esquerda para direita: Renan, Henrique, Flávio. Sentados: Igor e Bruno.
Foto 2 - Queen!!!

Abraço, e até a próxima!
Flávio